Bem-vindos!

Olá
Espero que este blog lhe traga agradáveis momentos de leitura, meditação e distração.
Aproveite-o, mas lembre-se de que respeito e consideração sempre são devolvidos com amizade e carinho.
E voltem sempre, ok?
Bjc

Exercício da Fé

Quando a noite é de lágrimas
O nascer do sol trás esperança
Quando parece não haver motivo para lutar
O ânimo renasce no sorriso da criança.

Quando o amanhã é incerto demais
A presença de Cristo traz a paz
Quando a fé vacila e falha
A fidelidade de Deus não muda jamais.

O viver cristão é um exercício de fé.
O mar agitado, a terra a tremer...
Com o coração machucado
É tão difícil crer!

Crer no que não se vê
Aceitar a vontade do Senhor, em oração
Saber que ele está no controle

É o que aquieta o coração.

Rio, 2009

Calma para a Alma

Sossega e se acalma
Alma inquieta
Olha a flor do campo
Que não semeia e não colhe
Mas que do Pai recebe veste perfeita, e dança

Sossega e se acalma
Alma inquieta
Olha a ave do céu
Que encontra abrigo da chuva
E o alimento que Deus lhe dá, enquanto canta

Sossega e se acalma
Alma inquieta
Deita na rede
Na varanda balança
No ritmo da brisa que acaricia teu rosto

Sossega e se acalma
Alma inquieta
Embala-te em paz, faz-te ninar
No ninho seguro, nas mãos do Pai
Que jamais irá te desamparar

Sossega e se acalma
Alma inquieta
Serena e segura teu Pai te recolherá
 Para colocar-te em teu leito
E por ti velar

Elizabete Bifano
10/10/2010

Vaga Vaga-lume

Vaga, vaga, vaga-lume
Aqui e ali a vagar
Quem dera você voasse
Sem nunca seu lume apagar
Vaga, vaga, vaga-lume
Aqui, ali e acolá
Mesmo que não espalhe perfume
Leva sua luz a iluminar...
Acendendo o olhar da criança
Fazendo brilhar a esperança
Na noite escura de uma alma
Que num canto qualquer se acalma
Com sua dança, a pirilampar

Elizabete Bifano
27 de junho de 2011

Tempos e Tempos

Há tempos e tempos
Há tempo que chega e tempo que vai
Tempo de menos, tempo de mais e tempo nenhum...
Há tempo que não começa e tempo que não tem fim...

Não há tempo bom nem tempo ruim
É somente um tempo, que é apenas um

Em tempo de tristeza é tempo que magoa
E não tem jeito, vem assim mesmo, ao acaso...

O tempo de amor é tempo sem prazo
É todo um tempo que a gente doa, senão escoa...

Tempo de lágrimas é um tempo preciso
E nos tempos da vida elas chegam, sem aviso...

Em todo o tempo a gente trabalha
Tempo necessário pra vida, tempo que se amealha

O tempo de descansar é um tempo precioso
Há de se ter tempo para ele, para dormir e até ficar ocioso

Em tempo de festa, depressa o tempo passa
Logo vem a meia-noite quebrando o encanto e a graça

Mas o tempo nada mais é do que uma simples passarela
Que desfila num tempo de noventa dias apenas
E vai-se embora de novo, num circulo sem fim
Verão, outono, inverno e primavera... sempre assim.

E nesses tempos, de tempos em tempos
Enquanto nasce o sol, cai a chuva e mudam os ventos
Há tanta coisa a olhar
A aprender, a admirar

E vai ele caminhando com pressa, sem pressa ou a vagar
Levando a gente ao lugar, um lugar, a levar...

Como folhas coloridas que se desprendem, a voar
Como chuva que cai e corre, procurando o caminho do mar
Ou como palavras tolas, levadas pelo vento
Tempo de vida de gente cheia de esperança ou que não tem alento.

E quando o fim do tempo chegar
Terá início a eternidade
E, sem tempo, sem dor, sem idade
Na presença do Pai sempre estar...



Elizabete Bifano
Rio, 27 de junho de 2011

Natureza Morta

Suas águas escorrem
Escuras e fétidas.
Uma pequenina cachoeira se vê
Parecem lágrimas que escorrem...
É o fio de um rio outrora caudaloso e belo.
Hoje espremido em seu leito na cidade grande, chora...



Elizabete Bifano
Rio, 15 de maio de 2002

Prova de Amor

Amor de mistérios e sonhos
Amor de desencontros e encontros
Amor de contos e encantos
Que se impõe e contrapõe
Que se constrói
Real e tangível

Um amor que se consolida
Pela lida, pela vida
Um amor que de prova em prova
Pôs-se à prova
À prova do amor
À prova de Deus
À prova do amor de Deus

Amor de vocês assim...
Incrível e engraçado
Composto de lágrimas e sorrisos
Como o paraíso almejado

Bonito esse amor bonito
Que se entrelaça e se abraça
Num olhar que tudo diz
Num caminhar de mãos dadas
Seguindo um caminho feliz

Deus abençoe esse dia
Em que concretizam seu sonho
E que este casamento bendito
Transborde de paz, amor e alegria
No abrigo do coração
Nas asas do infinito...


Elizabete Bifano
Rio de Janeiro, 28 de julho de 2010

O Cristo

Lá do alto
De braços abertos sobre a cidade
Ele sorri...
Vê a beleza natural de suas montanhas e mares
Vê a alegria que brota nos lábios cantantes
dos moradores da bela cidade.
Ele olha e vê um povo que é bom...

Lá do alto
De braços abertos sobre a cidade
Ele chora...
Vê a violência brotar entre suas montanhas e praias
Vê a droga e arma destruindo as famílias e a injustiça entre as classes sociais
dos moradores da pobre rica cidade.
Ele olha e vê um povo que é mau...

Lá do alto
De braços abertos sobre os homens
Ele espera
Vê o coração amar e odiar, crer e desesperar
dos moradores da grande cidade.
Ele olha e vê um povo que precisa dele
Ele olha e vê um povo que pensa que ele é de pedra
Ele olha e vê um povo que sabe que ele vê e sente
Ele olha
Ele vê
Ele espera, com compaixão, para receber o coração
dos moradores da cidade
Sim, ele espera
De braços abertos...

Elizabete Bifano
Rio, janeiro de 2006