Há tempos e tempos
Há tempo que chega e tempo que vai
Tempo de menos, tempo de mais e tempo nenhum...
Há tempo que não começa e tempo que não tem fim...
Não há tempo bom nem tempo ruim
É somente um tempo, que é apenas um
Em tempo de tristeza é tempo que magoa
E não tem jeito, vem assim mesmo, ao acaso...
O tempo de amor é tempo sem prazo
É todo um tempo que a gente doa, senão escoa...
Tempo de lágrimas é um tempo preciso
E nos tempos da vida elas chegam, sem aviso...
Em todo o tempo a gente trabalha
Tempo necessário pra vida, tempo que se amealha
O tempo de descansar é um tempo precioso
Há de se ter tempo para ele, para dormir e até ficar ocioso
Em tempo de festa, depressa o tempo passa
Logo vem a meia-noite quebrando o encanto e a graça
Mas o tempo nada mais é do que uma simples passarela
Que desfila num tempo de noventa dias apenas
E vai-se embora de novo, num circulo sem fim
Verão, outono, inverno e primavera... sempre assim.
E nesses tempos, de tempos em tempos
Enquanto nasce o sol, cai a chuva e mudam os ventos
Há tanta coisa a olhar
A aprender, a admirar
E vai ele caminhando com pressa, sem pressa ou a vagar
Levando a gente ao lugar, um lugar, a levar...
Como folhas coloridas que se desprendem, a voar
Como chuva que cai e corre, procurando o caminho do mar
Ou como palavras tolas, levadas pelo vento
Tempo de vida de gente cheia de esperança ou que não tem alento.
E quando o fim do tempo chegar
Terá início a eternidade
E, sem tempo, sem dor, sem idade
Na presença do Pai sempre estar...
Elizabete Bifano
Rio, 27 de junho de 2011