Menino pequeno
de olhos tão grandes
tão grandes quanto sua barriga que,
desprotegida, o short roto não contém
tampouco a camisa rasgada,
desabotoada de quem nada tem
nada tem...
Carente de alimento, de afeto e de educação
lá vai ele rua afora
pés descalços
em busca de pão, de teto e de instrução.
Menino pequeno
em grande miséria
tão grande quanto seu medo.
Quem pegará a sua mão?
O desconhecido o espreita...
O mundo o olha e o rejeita.
E, devagarinho, lá vai o menino
sozinho
caminhando em vão.
Grandes olhos que lacrimejam
e desejam
ao menos uma ilusão.
Talvez um dia nessa vida,
quem sabe,
Alguém lhe alcançará no coração.
Elizabete Bifano
Rio, 16 de fevereiro de 1993
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